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Os desafios da citricultura brasileira

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A grande dificuldade da citricultura brasileira está no campo: conseguir produzir frutas que atendam às exigências do mercado interno e que despertem, cada vez mais, o interesse do mercado externo.

O consumidor brasileiro tem exigido cada vez mais qualidade de fruta, quanto a casca e ao calibre. Se a fruta apresenta um pouco mais de mancha, a mesma não é comprada. Se a fruta for muito pequena também não será adquirida. Isto obrigada uma classificação e descarte muito grande nos packing house e, consequentemente, um desperdício da fruta.

Na maioria dos packing house, ocorre uma seleção e a fruta não destinada ao mercado in natura é direcionada para a indústria de suco. Isto acaba por diminuir a remuneração final do produto.

Diferente do que consumimos no Brasil, o mercado externo prefere frutas menores e sem sementes. Encontrar um equilíbrio entre as exigências destes dois mercados é, então, uma tarefa difícil.

Para complicar, as nossas estações do ano não estão bem definidas, contribuindo para termos problemas com doenças nas várias fases da produção e também para mais dificuldade para apresentar um produto sem mancha e padronizado no tamanho.

Hoje, o greening coloca em risco o sucesso de uma plantação. Esta doença é grave e já obrigou muito produtor rural a sair da citricultura. Precisamos nos empenhar fortemente para o combate da doença e isto exige ação tanto do Público quanto do Privado. As práticas de manejo regional têm se mostrado como uma importante forma de controle da doença, com ações dentro e fora da porteira.

Outro ponto importante é a valorização de nossos produtos. Temos que lutar por um melhor preço da caixa e também precisamos incentivar o consumo interno de laranjas e de tangerinas não somente em forma de suco, mas principalmente in natura.

Com o objetivo de buscar respostas para tantos desafios, citricultores brasileiros têm organizado viagens para participar de eventos internacionais e para visitar a produção de citros de outros países.

Tenho tido a oportunidade de participar de algumas destas viagens e o aprendizado tem sido amplo. No Chile, por exemplo, o preço final dos produtos é bem maior do que no Brasil, permitindo uma rentabilidade melhor e, consequentemente, um investimento mais frequente dos produtores em processos e tecnologia.

Já no Peru, há um alto investimento em sistemas de irrigação. Os peruanos plantam no deserto, o que exige a aquisição de soluções para mitigar a escassez de chuvas e proporcionar uma produção de qualidade. Resultado: frutas internacionalmente mais valorizadas.

Apesar das dificuldades, a citricultura brasileira tem um grande potencial. Os exemplos do Peru e do Chile mostram que, com pesquisa, tecnologia e plantas mais resistentes, é possível atingir a excelência na produção e comercialização de laranjas e tangerinas.

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Apae faz nova visita a AlfaCitrus

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